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kulmen
5 mars 2006

AQUI E ALI

"(...) se o Presidente quer realmente influenciar o governo, tem de lhe oferecer a sua mais leal cooperação. Como tem necessidade de correr riscos, por exemplo o de que se perceba que o governo não fez algo que ele queria. Como tem, finalmente, de o criticar, fazendo-o de maneira a que se saiba.
Será que Cavaco Silva tem essa vontade? Essa capacidade? O problema não é esse. Mas sim aquilo de que o país precisa." - Antonio Barreto (PUBLICO)

"(...) A personalização cada vez maior do exercício poder tende a provocar desvios institucionais. À revelia da Constituição, as eleições para a Assembleia da República, transformaram-se, aos olhos dos cidadãos, em duelos para a eleição directa do primeiro-ministro, o que condiciona o Presidente da República na sua inquestionável legitimidade para solicitar à maioria parlamentar a indicação de outra personalidade para exercer a chefia do Governo em situações como aquelas que se geraram após as autodemissões de António Guterres e de Durão Barroso.
A eleição directa do líder pelos militantes no interior do partido e a aparência de eleição directa do primeiro-ministro pelo eleitorado, embora não ponham em causa a legitimidade da actuação do Presidente neste domínio, limitam, na prática, a sua margem de manobra perante a opinião pública.(...)" - Mario Mesquita (PUBLICO)

"(...) O clamor com as caricaturas de Maomé tornou por exemplo quase nulos os ecos dos protestos na Polónia por uma alegada "blasfémia" à imagem da Virgem de Chestowa ou que o governo eslovaco caiu por causa dos termos da nova concordata - e estou a falar dos dois países da União mais militantemente católicos no plano político. Como se pode ignorar que as tentações teocráticas também espreitam na Europa? Ou os condicionamentos e censura prévia que a Opus Dei intenta fazer à adaptação cinematográfica de O Código Da Vinci?
A história da liberdade ensina-nos que a irreverência e a blasfémia foram parte fundamental da constituição das democracias liberais e da separação do Estado e das religiões. Por isso persisto e reincido no louvor à blasfémia." - Augusto M. Seabra (PUBLICO)

"(...) Cavaco disse constantemente na campanha que a primeira preocupação dele seria ajudar, promover e proteger essa criatura mítica "o empresário moderno português", que um dia nos tirará das garras da miséria. Sócrates não perdeu tempo. Toda a propaganda oficial, de resto eficiente, o tenta tornar o novo taumaturgo da economia. Não há dia em que caia do céu um novo milagre: um investimento, um projecto, um acto justiceiro contra a burocracia do Estado. Sócrates sua confiança e borbulha de vontade política.(...)" - Vasco Pulido Valente (PUBLICO)

"(...) basta recordar que um Presidente que nunca quis dissolver a Assembleia o fez por duas vezes, a primeira quando Guterres se demitiu contra a sua opinião, a segunda quando demitiu Santana face a um desvario que não podia mais suportar. Com a primeira dissolução contrariou o seu instinto parlamentarista, com a segunda abriu um precedente presidencialista, em ambas não lhe restava alternativa. Fez o inevitável contra o que gostaria de evitar, salvando-o a rectidão e o sentido de Estado.
Talvez por tudo isto dele se guarde apenas a memória do homem íntegro mas discreto, de um Presidente legalista mas que nunca deixou de utilizar os seus poderes, de alguém que marcou menos o país do que era sua expectativa e esperança dos que o elegeram duas vezes. Ao passar a pasta a alguém que partilha com ele uma visão institucional do cargo, mas dele diverge em quase tudo o resto, sabe que a sua imagem futura vai acabar por depender muito do que Cavaco fará - ou não fará." - Jose Manuel Fernandes ( Editorial do PUBLICO)

"(...) Não sendo todas as energias alternativas igualmente interessantes - a opção pelo nuclear, em particular, requer uma análise muito cuidada -, é inquestionável o interesse das estratégias de poupança, até porque elas mexem cada vez mais no bolso de cada um. Não obstante, apesar de as queixas sobre o exagero das contas de energia serem generalizadas, quando recentemente fui relatora de um parecer sobre a questão no Parlamento Europeu, mal podia crer ao constatar que o inquérito europeu sobre o tema mostrava os portugueses figurando como os que menos valorizam o consumo energético quando escolhem uma casa ou um meio de transporte! E, no entanto, o sector dos transportes contribui com quase 40% para o consumo energético nacional, ao mesmo tempo que uma gestão cuidada da energia doméstica (incluindo painéis solares) poderia reduzir a factura de gás para metade...(...)" - Elisa Ferreira (JN)

"(...) A rede dos interesses pequenos e das ambições paroquiais quer reter o PS no seu labirinto. Mas não é forçoso que assim aconteça. Há um decisivo protagonista que pode agitar estas águas mortas: o secretário-geral do Partido Socialista. Ele tem a força política, a legitimidade e a oportunidade para desde já abrir as portas ao futuro.
Para começar, pode dar centralidade ao Congresso Nacional como alavanca de renovação, libertando-se da hipoteca das pequenas quintas partidárias, dirigida a perpetuar no plano concelhio e distrital o domínio dos pequenos poderes que atrofiam o PS.
Pode incentivar, desde já, um diálogo aberto entre as diversas perspectivas que reflectem a pluralidade interna do PS, promovendo o confronto de ideias e desconsiderando sem ambiguidades os pequenos feudalismos que aprisionaram a alma do PS.
O PS não pode continuar no seu labirinto. Por isso, nem pode ficar paralisado pela inércia das rotinas, nem deixar-se possuir por qualquer sofreguidão na procura de uma saída. Mas principalmente não pode cair na tentação de fazer de conta que anda para não sair do mesmo sítio." - Rui Namorado (DN)

"(...) Em termos práticos, a verdade é que há 16 jornalistas portugueses a trabalhar no Euronews, há um custo directamente suportado pela televisão pública de dois milhões de euros ao ano, há programação em língua portuguesa produzida 24 sobre 24 horas e, no entanto, ela é difundida ou fora de horas ou então em língua inglesa. Salvo melhor opinião, estamos no domínio do absurdo.(...)" - Luis Queiro (DN)


 

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